(Alguns capítulos da caminhada do Náutico, através dos tempos)
A prática do remo está na origem do clube alvirrubro |
O relato mais autêntico sobre a fase
que antecedeu o aparecimento do Náutico foi feito por um daqueles rapazes,
Hermann Ledebour:
Em
1897, um grupo de rapazes amantes do remo, tendo à frente João Victor da Cruz
Alfarra, costumava alugar embarcações na antiga Lingueta , de onde partiam em
direção à Casa dos Banhos (situada
nos arrecifes diante do porto),
Ilha do Pina e algumas vezes, rio acima até Poço da Panela, Apipucos etc.
Uma regata havia sido marcada para o dia 21 de novembro
daquele ano. Fazia parte dos festejos para recepcionar as tropas legalistas que
acabavam de voltar vitoriosas ao Recife, após o término do movimento de
Canudos, com a derrota do Conselheiro e seus seguidores. A prova náutica foi um
sucesso, o que serviu de estímulo para que fosse criada uma associação que
recebeu o nome de Clube dos Pimpões, que contava com a participação dos
empregados das ruas Direita e Rangel. Algumas competições foram, a partir de
então, disputadas com muito entusiasmo pelos dois grupos, os da antiga Lingueta
e os da nova agremiação, o pessoal do novo Clube dos Pimpões.
Eram dados os primeiros passos para a
criação de uma agremiação destinada a escrever páginas gloriosas em sua
existência. O Clube dos Pimpões logo foi transformado em Clube Náutico
Capibaribe ao ser reorganizado.
Antes da oficialização, com nome e data,
do Náutico, houve duas tentativas de agrupamento de uma turma de remadores numa
associação. Assim, inicialmente apareceu o Clube dos Pimpões. Depois veio o
Recreio Fluvial. Em dado momento, no intervalo de tempo entre o nascimento de
um e outro, chegou-se a criar um embrião do Clube Náutico Capibaribe, sob esta
mesma denominação. Como o Clube dos Pimpões e o Recreio Fluvial, a nova
agremiação teve vida efêmera. Porém, pouco tempo depois, os remanescentes dos
Pimpões, Recreio e Clube Náutico retornaram à atividade, de maneira definitiva
e organizada, já sob a denominação definitiva e oficializada de Clube Náutico
Capibaribe.
O que existira antes não passava de um
movimento protagonizado por aficionados do remo, mas sem a documentação que
viesse a fazer com que o clube existisse oficialmente. Isso veio a acontecer em
7 de abril de 1901, com a lavratura da ata de fundação. Agora, sim, o Clube
Náutico Capibaribe passava a ser uma realidade. Existia, de fato e de direito. Juntava-se
assim ao Clube Internacional do Recife, que vinha do século anterior. O clube
da Madalena, sediado na Praça Euclides Cunha, a popular Praça do Internacional,
recebeu a atual denominação em 19-7-1989, pois desde 19-7-1985 existia, mas com
o nome de Clube Ultramarino.
No
dia 14 de julho de 1909 foi criado o Departamento de Esportes Terrestres, tendo
sido sua direção confiada a Hermann Ledebour.
Presidia o clube, na ocasião, o vice-presidente Ernesto Pereira Carneiro - mais tarde conde e dono, no Rio de Janeiro,
do Jornal do Brasil. Ernesto havia sido eleito em 7 de maio, juntamente com o
presidente Thomas Comber. Três semanas antes, em 21 de junho, houve o primeiro
treino dos alvirrubros, na Campina do Derby. Foram realizados mais três
coletivos no mesmo lugar, e no dia 25 de julho, o Náutico fazia sua estreia no ambiente
futebolístico, derrotando o Sport Club do Recife por 3 x 1, gols de Maunsell
(2) e Thomas (Nau) e C. Chalmers (Spo).
Primeiro time de futebol da equipe dos Aflitos |
Antes
do jogo, disputado no British Club, situado por trás de onde hoje é o Museu do Estado,
na Av. Ruy Barbosa, no bairro das Graças, foram proferidos vários discursos em
que aquele momento histórico era enfatizado. Ambos os times contaram com
ingleses que residiam no Recife, tendo sido estas as duas eacalações:
Náutico – King; Montagne e Ávila; Rumage, Ivatt
e Coock; Silva, H. Grant, Mausell, Thomas e João Maia.
Sport – Lhatan; Oliver e Mielar; Frank,
Pickwood e Robson; Alberto Amorim, Marsh, Griffith, C. Chalmers e J. Amorim.
O
árbitro foi o inglês Thomas Wright, auxiliado por Guilherme Aquino da Fonseca,
fundador do Sport, e A. Chalmers.
Um
mês depois houve uma revanche, agora na Campina de Santana, onde hoje está o
Shopping Plaza, em Casa Forte. Empate de
Escudo inicial |
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