NO PÉ DA CONVERSA – Lenivaldo Aragão




ENFIM, NOSSAS SEMIFINAIS – Torcedores do Náutico e do Santa Cruz estão agitados com o Clássico das Emoções que abrirá as semifinais do Campeonato Pernambucano. Será sábado que vem (2). Jogo único, nos Aflitos, às 16h30. Perdeu, cai fora. Ainda haverá o encontro Sport x Salgueiro pelas quartas de final. O vencedor desse duelo vai encarar o Retrô na semifinal para se saber qual será o adversário do Timbu ou da Cobra Coral na grande apoteose do campeonato. O atraso é por causa da participação do Sport na decisão da Copa do Nordeste com o Fortaleza. Ainda bem que é por uma boa causa.  

SETE E VERA CRUZ – Os dois, que estão de volta à Série A 2, juntar-se-ão aos congêneres na reunião desta terça-feira (29), às 15h, na FPF. Assunto em pauta: Pernambucano A 2 a realizar-se de julho a outubro. O presidente da federação, Evandro Carvalho espera superar o número de participantes da última temporada, que teve o Caruaru City como campeão.

E OS ESTÁDIOS? – Vários deles têm sido vetados. Próprios ou não, muitos estão em situação precária, ou seja, imprestáveis. Em algumas cidades em que o estádio é municipal a política estraga tudo, deixando-os impraticáveis. O que se vê é time tendo que levar seus jogos para cidades com as quais nada têm a ver, afastando-se de sua respectiva torcida e jogando para ninguém ver. Até o antigo campo do Vera Cruz de Caruaru, o Antônio Ignacio de Souza, hoje pertencente à Liga Desportiva Caruaruense foi reprovado. Agora, uma ressalva. Talvez por causa da violência provinda das tais torcidas organizadas, as exigências para funcionamento das chamadas praças esportivas tenham aumentado. Às vezes um problema facilmente resolvível ganha dimensões inimagináveis.

JUSTIÇA SEJA FEITA – O Estádio Otávio Limeira Alves (foto), de Santa Cruz do Capibaribe, pode enfrentar suas dificuldades, porém é sempre aprovado quando submetido a vistorias. Francisco Domingos, o ex-árbitro, que sempre fez parte da equipe de  inspeções, que o diga.  



FALTOU BOM SENSO – Paulo Moreira da Silva Coelho apitava o disputadíssimo clássico em que o Botafogo vencia o Fluminense por 2 x 1, mas o perdedor ia sendo beneficiado pelo regulamento do Campeonato Carioca. Fim de jogo tumultuado, o tempo de acréscimos nos estertores. O centroavante Fred, do Flu, comete falta violenta, recebe o segundo cartão amarelo e é expulso. Quando os botafoguenses esperam pela indicação de falta a seu favor, o juiz encerra o jogo. O tempo fecha e o assédio do Bota ao árbitro leva os seguranças que o protegem a pedir a presença dos policiais em campo. Ao que sei, somente para a cobrança de um pênalti a arbitragem deve ultrapassar o momento do fim do jogo. Porém, no caso em questão determinar que a falta fosse batida era uma questão de bom senso.

RELEMBRANDO 1978 – Essa situação ocorrida no Rio faz-me lembrar a estreia do Brasil na Copa do Mundo de 1978, na Argentina. Jogo em Mar del Plata contra a Suécia. O placar estampava um sofrido empate de 1 x 1. Escanteio para a Canarinha bater, no lado direito. Nelinho demorou-se numa discussão com o bandeirinha, até que enfim mandou a bomba para a área. Zico cabeceou e... lona! Os brasileiros ainda iniciaram a comemoração do gol que valeria pela vitória, mas ficaram frustrados ao descobrir que enquanto a bola viajava pelo ar, o árbitro Clive Thomas, do País de Gales, encerrava a partida.

EU MESMO BATO – Outra história que a memória me traz. Na longínqua década de 50, eu ainda no verdor da mocidade, em minha cidade, Santa Cruz do Capibaribe, assistia a um amistoso do Ypiranga com um time de Caruaru, ambas as equipes formadas por amadores. Em dado momento, o juiz Rodolfo Francelino Aragão, primo de meu pai, Abner Sinésio Aragão, marcou uma falta. Apitou autorizando a cobrança, mas como não havia indicado para qual lado deveria ser batida a infração, os jogadores da casa e os de fora ficaram se entreolhando de maneira indagativa. O árbitro apitou novamente, no entanto, a hesitação continuava. Rodolfo, conhecido na intimidade familiar por Dolfinho, numa atitude muito sua, não teve dúvida. “Ninguém quer bater não, eu mesmo bato”. Cobrou a falta diante do espanto geral e deu a voz de comando: “Tá em jogo!”  

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