Em 1960, na segunda excursão do Bahia à Europa – a primeira foi em 1957 – o DIARIO DE PERNAMBUCO teve um jogador como seu correspondente. Isso mesmo. Refiro-me ao então lateral esquerdo Ney Andrade, potiguar, que antes de vestir a camisa do tricolor baiano havia defendido o Sport e o América-PE.
Na passagem da delegação baiana pelo Recife para pegar um
voo internacional no Aeroporto dos Guararapes, o editor de esportes do DP,
Adonias de Moura, propôs a Ney, e ele aceitou, para que ficasse enviando
informações sobre a caminhada do Esquadrão de Aço pelo Velho Mundo. Não se tratava de cobertura jornalística
profissional propriamente dita, com a notícia em cima da hora. Ney deveria falar,
principalmente, das curiosidades que os baianos iam encontrando dentro e fora
de campo. Ney tinha boas noções de
gramática e seus informes eram absolutamente compreensíveis. Lembro-me de um
envelope que abri, com uma das correspondências do jogador e “repórter”,
procedente de Kiev, a capital da Ucrânia, na época, uma das repúblicas
soviéticas, que hoje está sendo bombardeada pelos militares russos. Certamente,
o jogador jamais imaginava que a bela cidade onde passou alguns dias com sua
turma, um dia seria alvo das bombas e da tirania da grande potência mundial à
qual pertenceu.
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