Três laterais que enchiam a vista do torcedor
No meu novo encontro com você , amigo e amiga, trago-lhe a saudade do futebol clássico de três laterais direitos que empolgaram a mim e a quem os viu jogar.
É verdade, que antes tivemos os raçudos Bria, do Sport; Caiçara,
do Náutico; Diogo, do Santa Cruz; Geroldo, do América e depois campeão pelo
Santa; e Adolfo, do Central. Deles só vi jogar Adolfo. Não era provido de muita
técnica, mas garra e amor pela camisa alvinegra caruaruense o acompanhavam até
nos treinos.
Nos anos 70 surgiu o pernambucano Carlos Alberto Barbosa.
Primeiro, no Santa Cruz, depois no Sport após passagem pelo Internacional
gaúcho. Era tão elegante no campo, que saiu devagarinho para o caminho da morte,
fora dele. Ele sentiu-se mal, sofreu um infarto e morreu no Unicord, hospital próximo à Ilha do Retiro. Foi num
jogo contra o XV da cidade paulista de Jaú. Carlos Alberto era bom marcador, muito
melhor como apoiador. Chegava fácil ao ataque pelas beiradas.
Agora dou um pulo aos anos 80. A estrela era Betão, um lateral
paulista que arrancava aplausos da torcida do Sport. Era clássico também, nem
tanto quanto Carlos Alberto , mas bem mais voluntarioso. Lembro-me como se
fosse agora ao bater nas teclas do computador, da cobrança do escanteio feita
por ele, direto para a cabeçada certeira do zagueiro Marco Antônio, diante do
Guarani de Campinas, na final do Campeonato Brasileiro de 1987. Um a zero, o
placar da partida.
Betão, consagrado com a camisa rubro-negra |
Pode não ter sido um título justo porque o Sport não enfrentou o Flamengo e o Inter colorado, que se recusaram a enfrentá-lo no quadrangular de encerramento da competição. Só para recordar, os cariocas e os gaúchos discordaram do regulamento da CBF que indicava o confronto deles com o Sport e o Guarani.
O Fla e o Inter proclamam-se campeão e vice porque disputaram o grupo dos maiores clubes do País na fase de classificação. O Sport estava num grupo inferior Pergunta-se: por que não tomaram uma decisão antes do início do campeonato?
Betão não tem nada a haver com a história. E com seu belo futebol de lateral avançado , ajudou seu time a ser o legítimo dono da taça. A faixa da sublime conquista, com certeza, está exposta num cantinho da saudade da sua moradia.
Gena...Gena...Gena... Propositadamente
deixei pra falar dele no capítulo final dessa análise. Antes de Carlos Alberto e Betão foi show, foi um show da camisa dois. Foi do time hexacampeão estadual do Náutico na década de 60. Estourar uma bola pra qualquer lugar não era com o índio da tribo do bairro de Santo Amaro.
Sim, assim era chamado Gena porque se parecia com.. Um índio. Era uma flecha cadenciada , quando disparava ao ataque. Jogava cadenciado. Era quase um ponta. Talvez tenha sido o primeiro lateral direito brasileiro a atacar na floresta da bola. Foi injustiçado ao não ser escolhido uma única vez sequer para comandar a posição da direita dos aceiros do campo da seleção de futebol do nosso Brasil. No Náutico jogou profissionalmente , de 1964 a 1970. Portanto, foi titular do Tri até o Hexa alvirrubro.
Depois do Náutico, Gena brlhou no Santa Cruz |
O baixinho dos Aflitos foi parar no Arruda em 1970. Comprado seu
passe por uma fortuna , pelo rico e bondoso dirigente tricolor James Thorp, foi
também ídolo e campeão no Santa Cruz. Foi um bam bam, como diria o repórter do rádio paulista de
antigamente Márcio Bernardes, para se referir a um craque de determinado jogo.
Salve, salve Genival de Barros, nome reduzido a quatro letras, às
letras G E N e A. Foi mesmo um bam bam de número dois, o número das camisas
vermelha e branca, do Náutico, e preta, branca e vermelha do Santa. Aplausos
para Carlos Alberto Barbosa e Betão. Eles foram também do bloco dos bambans.
Saudosos craques das minhas saudosas lembranças do futebol de outrora, o
futebol de craques.
Amigo e amiga. Feliz dia, nesse dia que você me deixa feliz ao ler
essas linhas do meu passado jornalístico. Obrigado, gente boa, obrigado a você
bam bam da leitura. Até novo encontro nesse recanto do blog. Inté...
Tchau...!
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