Elza foi bater na zona de Caruaru, atrás de cigarro americano

 

Por GIOVANNI MASTROIANNI, jornalista, radialista e advogado

 

Elza Soares e Garrincha no início do romance, na Copa do Chile. (Reprodução do Pleno. News)


Dia 20 de janeiro, data consagrada a São Sebastião, padroeiro do Rio, em curiosa coincidência, faleceram

Mané Garrincha e Elza Soares, que muito se amaram, desde que o Brasil conquistou o bicampeonato mundial

de futebol, no Chile, onde se conheceram, pessoalmente, quando foi escolhida madrinha da Seleção Brasileira.

À época, Garrincha era ainda casado, sendo Elza acusada de acabar o relacionamento conjugal do craque.

Na década de 50, no campo do Botafogo, em General Severiano, nas sociais do clube, eu acompanhava a equipe

de futebol da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, onde estudava o curso de ciências jurídicas e sociais, quando

bem pertinho de mim sentou-se um cidadão, que não era outro senão Garricha, a quem admirava como jogador

de futebol nos gramados cariocas. Apenas um simples cumprimento e nada mais do que isso. Sua presença ali era

apenas pelo fato da equipe pertencente à Universidade do Distrito Federal contar com atletas que pertenciam ao

clube alvinegro que defendia, entre os quais os goleiros Wendel e Dutra, bem como da seleção nacional como era

Weber, zagueiro integrante do Vasco da Gama. O treinador da equipe acadêmica, não era um jogador famoso, mas

sua irmã, Adalgiza Colombo, já era bastante conhecida por atuar na TV, no cinema nacional e por vir a ser eleita

“Miss Brasil”, pouco tempo depois.

Dois fatos curiosos que me ligaram à famosa cantora Elza Soares. Em um de meus périplos pelo Rio de Janeiro,

Visitei a grande casa em que passei minha infância, em Vila Isabel, na Rua Teodoro da Silva, 668.

Da primeira vez,

encontrei, no local, instalada uma firma do ramo de pneus, constituindo-se para mim em uma grande decepção.

Da segunda, fui informado de que o imóvel era de propriedade da cantora, também empresária, transformando o

local em belíssima “boite”. Anos depois, Elza Soares, em excursão pelo Nordeste, é levada por mim a Caruaru, a

fim de se apresentar na Rádio Difusora, afiliada da Empresa Jornal do Commercio. Em meu primeiro contato com

a cantora, esta me fez uma exigência: conseguir cigarros americanos. Na ocasião, não era fácil a aquisição, apesar

das várias tentativas que fiz, no centro comercial caruaruense. A solução foi levá-la à zona do meretrício, onde eu,

finalmente, encontrei quem me fornecesse um maço de “Chesterfield”, satisfazendo a vontade e o vício da cantora,

que falece aos 91 anos de idade, 39 anos depois de Garrincha, que partiu cedo, vítima de outro vício cruel: a bebida.

 

Comentários