CONVERSA NA AREIA-Lenivaldo Aragão

Guilherme Ferreira vivenciou os três grandes de Pernamuco

 

 

Guilherme no Sport, seu último clube no Trio de Ferro: (Foto: SuperEsportes-PE)


 No sempre muito movimentado calçadão da Praia de Boa Viagem, ali na área do tradicional Edifício Portugal, deparo-me com o preparador físico Guilherme Ferreira. Além da convivência profissional, ele tem alguma ligação com a minha Santa Cruz do Capibaribe, pelo menos sentimental. Tanto ele, como o irmão, o célebre cantor Otto. O pai, Marcondes Ferreira, nascido em Belo Jardim, foi por uma dúzia de anos promotor público na cidade onde nasci e de onde saí muito jovem por circunstâncias da vida. Doutor Marcondes, como era tratado, e não poderia ser de outra forma, fez história em Santa Cruz. Era amado pelo povo. Não procurava se distinguir, procurando apenas ser mais um. Logicamente, quando estava em meio a uma brincadeira. Aproximou-se do Ypiranga porque tinha o futebol correndo nas veias, mas no que ele brilhou mesmo foi na organização da escolha da miss Santa Cruz do Capibaribe, quando chegava a época do Miss Pernambuco, que na época tinha muita relevância. Conheci Marcondes ainda universitário, como atacante da seleção belo-jardinense na disputadíssima Copa do Interior. Eu cobria a competição para o Diario de Pernambuco, onde atuei de 1957 a 1976 – saí para funcionar como correspondente da revista Placar em Pernambuco. Fiz amizade com Marcondes. Poucas vezes encontramo-nos em Santa Cruz, mas ele estava sempre presente nos Aflitos, na sua torcida alucinante pelo Náutico. Doutor Marcondes há muito já nos deixou.

Guilherme, que sustenta a paixão do pai pelo futebol, está diretamente ligado ao ramo em Pernambuco. Trabalhou nos três grandes. Só no Náutico foram três vezes. Ainda tem uma “oia” para receber nos Aflitos e no Arruda. No ano passado trabalhou no América, mais para ajudar o amigo Sérgio China, porém logo sentiu que o Periquito não tinha condições para ir longe.

Fala da queda sofrida pelo futebol pernambucano e da desmotivação causada pelas modificações nos estaduais feitas pela CBF.

No momento, está ligado como ‘free lancer’ à AABB – Associação Atlética Banco do Brasil –, onde o árbitro Elias Coelho, que comanda o futebol feminino na Federação Pernambucana de Futebol, pontifica.

O professor Guilherme Ferreira pode ser visto às terças e quintas-feiras na areia, trabalhando seus clientes particulares. Nas segundas e sextas atua na Zona Norte recifense. E conversa até umas horas sobre futebol, desde que encontre com quem.  

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