POR LUCÍDIO JOSÉ DE OLIVEIRA
O Globo Esporte, edição pernambucana, comemora os 100 anos de Ademir Menezes. Homenagem mais que merecida. Eu sou fã de carteirinha de Ademir. Desde criancinha... Ademir é uma cria do rival Sport. E daí? Foi um dos maiores artilheiros que vi jogar em todos os tempos. Artilheiro da Copa do Mundo! Brasileiro, com essa máxima coroa, Leônidas, ele, e Ronaldo Fenômeno! Somente os três... Vi Ademir jogar duas ou três vezes. Muito pouco. Eu mesmo reconheço: merecia mais! Armando Nogueira, de quem também sou fã, botafoguense confesso, escreveu: ─ “Se Deus quisesse me dar um domingo somente de alegria, eu pediria um domingo diante da TV somente com os gols de Ademir”. E completava o mestre, gols que eu pensava que ele fazia para me matar de raiva... Porque torcia pelo Botafogo. Mas Ademir não escolhia adversário para marcar seus gols. Eu, particularmente, vivi um tempo de lua-de-mel com Ademir. Foi em 1946, eu tinha 14 anos, imagina mesmo, a idade em que o torcedor está sedimentando suas paixões mas também suas convicções sobre o que é o futebol e como ele tem que ser visto e entendo. Ademir em janeiro de 46 assinou com o Fluminense, meu time do coração. No Rio... Depois, do Náutico, claro! E foi um arraso... Fluminense, supercampeão carioca, com Ademir ao lado de Orlando, saído do juvenil do Náutico, outro que eu, pra minha alegria em futebol, não precisa mais. Bastava Orlando e Ademir. Mas tinha ainda Pedro Amorim, baiano, na ponta-direita, meu futuro colega médico. Minha vida de estudante, doido por futebol, sonhando ser médico, era boa demais. Pedro Amorim, Ademir, Simões, Orlando e Rodrigues. A linha de forward do Fluminense. Supercampeão de 1946!
Nas fotos, a mesma linha de forward, com as duas formações possível: a “oficial”, com Ademir na meia-direita, jogando adiantado, dentro da área; e a outra com Orlando na direita e ele, Ademir, na esquerda. Os gols saiam do mesmo jeito. O Flu na temporada ganhou do Flamengo de 5x2 e de 4x1, fez 8 no América com Vicente no gol... O artilheiro do campeonato foi Rodrigues “Tatu”, reserva de Chico em 50.
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