Na Rádio Clube, o começo de tudo!
Foto: reprodução internet |
Estou com mais um capítulo da caminhada na minha trajetória profissional no jornalismo esportivo.Vamos ao fim do ano de 1964.
Ano inesquecível. Não lembro, se em novembro
ou dezembro, foram criadas duas vagas na equipe de esportes da Rádio Clube. Não
sei se para satisfazer dois amigos e companheiros de equipe ou porque viam
nos donos dos novos lugares um futuro promissor. Os escolhidos para as novas
funções fomos eu, irmão do repórter Lenivaldo Aragão, Jota Menezes, irmão do
narrador Antônio Menezes. Nosso salário: 25 mil cruzeiros, menos do que o
salário mínimo. Este era de 31 mil. E recebíamos sempre com atraso de
cinco a dez dias, embora os profissionais recebessem em dia. Não tínhamos
registro na carteira de trabalho. Mas, tudo bem. Valia estar num timaço da
radiofonia esportiva de Pernambuco. E transformar um sonho de anos antes num
começo de realidade.
Inicialmente, eu fazia a cobertura do
Santa Cruz. Depois fui cuidar do Náutico, na rota do hexa estadual, que é tido
até hoje, como luxo, pois só o clube da Avenida Rosa e Silva, coleciona esse
majestoso título. Avenida Rosa e Silva porque antigamente era assim que
chamávamos.
O Sport era o clube da Praça da Bandeira.
O Santa era o tricolor do Arruda ou o clube da Avenida Beberibe.
O América era o alviverde da Estrada do Arraial.
O Ferroviário tinha o nome de o clube da Vila Ipiranga.
O Íbis se intitulava de o rubro-negro da TSAP, em alusão à fábrica de
tecidos, onde o querido Pássaro Preto foi fundado.
Das agremiações pequenas se diziam clubes suburbanos.
E o Central? Falava-se p clube do país de Caruaru, descrito pela
brilhante imaginação do saudoso jornalista Aramis Trindade, do também
inesquecível Diário da Noite.
Em 1965, vi o Santa Cruz perder do
Íbis por um a zero, gol do ponta-esquerda Rildo, que não se projetou no
futebol.
Do time do Santa lembro-me do meia Terto, que brilharia em seguida no São Paulo, mas como ponta- direita. E do também meia, mais avançado, Esquerdinha, que antes tivera sua bola elogiada, como jogador do Central. O jogo foi numa tarde de domingo no simpático Estádio dos Aflitos. É, gente, vi meu tricolor cair diante do Pássaro Preto. Logo iria para meus primeiros momentos de glória na carreira.
Luiz Cavalcante |
No dia 31 de março, aniversário da
Revolução, o Santa enfrentou o Bahia. Sabe quem estreou com a camisa pesada do
tricolor pernambucano? Givanildo, que, como ponta- esquerda fez um dos raros
gols na sua vitoriosa histórica futebolística. Foi um dos gols no cinco a dois
para o Santa.
Lá em cima falei dos primeiros
momentos de glórias na carreira. Pois é, foi naquela noite estrelada do nosso
amado Recife, no estádio da Ilha do Retiro, que falei pela primeira vez, como
titular, num microfone. Fui repórter de pista. Era dessa forma que se chamava a
quem ficava atrás do gol para complementar o relato dos lances narrados. Fui
lançado pelo até hoje amigo e narrador daquele jogo, Vicente Lemos. O chefe
Luiz Cavalcante havia viajado a Belém para transmitir um jogo do Náutico pela
Taça Brasil, agora chamada de Copa. No lugar de Cavalcante, no comando da
equipe ficou Antônio Menezes, que não se opôs à decisão de Vicente.
Terto, último à direita, agachado (Site oficial do Santa Cruz) |
Comecei a ganhar espaço nas ondas da
Rádio Clube, já pelas mãos do chefe Luiz Cavalcante. Antes, em um torneio
pentagonal, no qual foi lançado um meia, consagrado como falso ponta-esquerda
na seleção campeã mundial de 70 no México, dei meu primeiro alô num microfone.
O meia era Rivelino, o Garoto do Parque. Ou a Patada Atômica, como denominou o
excelente narrador da época, Geraldo José de Almeida.
Bem, essa história continua na próxima
edição da minha série.
Até lá, amigos e amigas. Até lá,
leitores de todas as idades!
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