FUTEBOL, CIVISMO E BRIGA DO JUIZ COM A TORCIDA
Em Porto Alegre, a delegação rubro-negra tinha no prefeito Loureiro da Silva um dedicado cicerone, que se desdobrava para proporcionar o máximo de bem-estar e entretenimento aos pernambucanos, inclusive passeios para conhecer os pontos turísticos da capital gaúcha. No primeiro jogo, no dia 27 de janeiro, o Sport derrotou o vice-campeão gaúcho, o Força e Luz por 3 x 2, numa partida violenta. Os gols foram de Magri, Pirombá e Djalma (Sport), Ezequiel e Tóbis (Força e Luz.)
FORÇA E LUZ:
Ruaro; Hugo e Nabuco (Adão); Geraldo (Zequita), Ruarinho e Abigail (Geraldo);
Alves, Mário, Ezequiel, Tóbis (Ataíde) e Cascão.
SPORT:
Manuelzinho; Salvador e Zago; Pitota, Furlan e Castanheira; Navamuel, Ademir,
Pirombá, Magri e Djalma.
O árbitro Palmeira atirou cadeira na torcida |
O Sport foi bastante elogiado, como se deduz deste trecho de um comentário de um jornal porto-alegrense: “Apenas achamos os visitantes um tanto morosos nos arremates frente ao arco, às vezes procurando colocar a bola no gol e outras chutando de longe e facilitando o trabalho da defesa. Mesmo assim, pode-se dizer que vale a pena assistir-se ao espetáculo de verdadeiros bailarinos que o Recife oferece a cada passo, fazendo os adversários tontear diante dos ziguezagues e dos ‘canhões’ dos ‘players’ do Leão do Norte.”
O
segundo amistoso do Sport em terras gaúchas foi contra o Grêmio, que no
campeonato estadual fora o terceiro colocado. O destaque dado pelos jornais aos
pernambucanos, que chegaram a ser classificados como “verdadeiros bailarinos”,
fez com que uma grande multidão acorresse à Baixada, o campo gremista. Foi um
jogo festivo em que futebol, política e patriotismo marcharam lado a lado.
Em
plena Segunda Guerra Mundial, o Brasil acabara de romper com o eixo
Alemanha-Itália-Japão, formando no bloco dos Países Aliados. Bandeiras de
vários países americanos davam um colorido todo especial à festividade, não
faltando a execução do Hino Nacional por uma banda militar. Por outro lado, era
a despedida de Noronha, um craque gaúcho que estava se transferindo para o
Vasco da Gama. Noronha não foi feliz no seu adeus aos conterrâneos porque o
Sport derrotou seu time por 3 x 0, gols de Valfredo, Magri e Pirombá.
GRÊMIO: Veliz; Dario
(Valter) e Rui; Alencar, Noronha e Heitor; Di Primio, Soelci (Foguinho),
Torelli, Ivo e Ochotorena.
SPORT: Manuelzinho;
Salvador e Zago; Pitota, Furlan e Castanheira; Navamuel, Ademir, Djalma
(Pirombá), Magri e Valfredo.
Inicialmente
haviam sido programados dois jogos para Porto Alegre, mas o interesse
despertado pelo bom futebol dos pernambucanos levou os dirigentes do
Internacional a acertarem uma terceira partida. No dia 4 de fevereiro de 1942,
os rubro-negros pisavam o Estádio dos Eucaliptos para empatar com a equipe
colorada por 2 x 2, encerrando invictamente sua passagem por gramados gaúchos.
O
Sport chegou a estar vencendo por 2 x 0, mas a partida foi acidentada. Ao
terminar o primeiro tempo, os pernambucanos quase não conseguem chegar ao
vestiário por causa da hostilidade da torcida. O árbitro Palmeira foi provocado
por um torcedor e, como não era de levar desaforo pra casa, atirou uma cadeira
em direção à galera. Os torcedores reagiram. Atingido com uma sombrinha, Furlan
foi uma das vítimas da confusão.
Marcaram
para o Sport, Ademir e Djalma; para o Inter, Carlitos e Brandão (Osvaldo
Brandão, mais tarde técnico do Palmeiras, do Corinthians e da Seleção
Brasileira).
INTERNACIONAL:
Júlio; Alfeu e Álvaro; Niquelagem (Brandão), Assis e Abigail (Ávila);
Tesourinha, Russinho, Vilalba, Rui e Carlitos.
SPORT: Manuelzinho;
Salvador e Zago; Pitota, Furlan e Castanheira; Navamuel, Ademir, Pirombá, Magri
e Djalma.
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