Jogo inesperado em Santos e chuva de gols na capital paulista
Uruguaio Ricardo Diez, técnico do Sport (Reprodução internet) |
Depois de brilhar em Belo Horizonte, a delegação do Sport deslocou-se de ônibus para São Paulo. Estava acertado um encontro com o Palestra Itália, o Palmeiras de hoje. O técnico Ricardo Diez não contava mais com Pedrinho e Pinhegas, que haviam sido desligados do elenco por terem passado da conta, tomando umas e outras, numa folga que tiveram na capital mineira.
Ao
chegarem à capital paulista, os rubro-negros pernambucanos foram surpreendidos
com uma proibição da prefeitura paulistana quanto à realização de jogos de
futebol no mês de dezembro. O capitão Padilha, diretor do Departamento Estadual
de Esporte, chegou a ser abordado por Hibernon Wanderley, o chefe da comitiva
leonina, mas não cedeu. A solução foi acertar um jogo para a cidade de Santos,
com o Santos Futebol Clube. O amistoso foi programado para 30 de dezembro, em
plena véspera da passagem do ano
Noite
de chuva na Baixada Santista. Mesmo com o Sport jogando melhor, como reconheceu
a imprensa local, o resultado foi desfavorável à equipe pernambucana, que
perdeu por 4 x 3. Os gols do Santos
foram marcados por Carabina (2), Antoninho e Rui, e Pirombá assinalou os três
da equipe pernambucana.
Santos:
José (Nobre); Neves e Ayala; Figueira, Elesbão e Gradim; Armandinho, Zeca,
Antoninho, Carabina e Rui.
Sport: Manuelzinho; Rubens
e Zago; Pitota, Furlan e Bibi; Navamuel (Valfredo), Ademir, Pirombá, Magri e
Djalma.
Obs.:
Rubens era um jogador paulista que estava sem clube e juntou-se à delegação.
Mais uma vez na arbitragem, o pernambucano José Mariano Carneiro Pessoa,
Palmeira. Era praxe o juiz que acompanhava a delegação, ser aceito pelo clube
local para comandar a partida.
Voltando
à cidade de São Paulo, já em janeiro, portanto, sem mais funcionar a proibição,
o Sport enfrentou o Juventus, numa partida em que nada dava certo para a equipe
pernambucana. Só para se ter uma ideia, ao encerrar-se o primeiro tempo, o time
paulista vencia por 6 x 1. Inegavelmente, um desastre que não estava nos planos
de Ricardo Diez e dos seus comandados.
No segundo tempo o Sport reagiu, mas o Juventus não estava morto. No fim do jogo, o Moleque Travesso vencia por 8 x 5, resultado que traduz o sentido ofensivo empregado pelas equipes. Os gols foram de Cavaco (2), Osvaldinho (2), Pasquera (2), Renato e Zico para o Juventus, Pirombá (2), Navamuel (2) e Walfredo para o Sport.
Juventus: Santana; Ditão e
Sórdi; Moacir, Guimarães (Sabiá) e Nico; Pasquera, Zico, Renato, Cavaco e
Osvaldinho.
Sport:
Manuelzinho (Ciscador); Rubens e Zago; Pitota (Castanheira), Furlan e Bibi;
Navamuel, Ademir, Pirombá, Magri e Djalma (Walfredo).
Nesse
dia houve um sério aborrecimento no momento de o Sport receber a cota do jogo.
Ficara combinado que a renda líquida seria dividida, mas os dirigentes do
Juventus destinaram apenas 300 mil réis aos pernambucanos, o que foi
considerado um verdadeiro acinte pelo chefe da delegação, Hibernon Wanderley,
que se recusou a receber a “esmola” dos paulistas. Soube-se depois que a
arrecadação fora de seis contos e 450 mil réis. Um conto equivalia a um milhão
de réis.
ResponderExcluirRepublicado no meu Blog