BOLA, TRAVE E CANELA-Lenivaldo Aragão

 O HABILIDOSO MACAQUINHO E O MALDOSO NEGRINHO 



Macaquinho (Foto: Memória Esmeraldinas)

Contou o jornalista e juiz de direito Hitler Cantalice, numa coluna que mantinha no Correio da Paraíba, abordando o folclore do futebol, uma história relacionada com Macaquinho, centroavante do América, cuja maior glória foi ter metido um gol entre as pernas de Barbosa, goleiro vice-campeão do mundo em 1950, no dia em que o Periquito goleou o Santa Cruz por 6x3, na Ilha do Retiro.

O alagoano Macaquinho, inclusive, era um dos jogadores que tinham a cara reproduzida nas tampinhas da laranjada Cliper, num concurso envolvendo os cobrões do América, Náutico, Santa Cruz e Sport. Havia prêmios fascinantes na época, e a garotada - até alguns marmanjos - disputava avidamente as figuras  mais difíceis, como a do baiano Hamilton, que defendeu o América, o Santa Cruz e o Náutico.

Macaquinho entrou num dos episódios narrados por Hitler Cantalice, acontecido numa época em que os times de Pernambuco mantinham um intercâmbio permanente com os da Paraíba, ora jogando em João Pessoa, ora em Campina Grande. Vamos à história, tal qual ela foi contada:

“Na década de 50, o América pernambucano tinha um bom time, graças ao seu benemérito Rubem Moreira, tido e havido como o ‘vice-rei do futebol’, tal o prestígio no Nordeste e, também, na CBF. Pois bem, no América havia um centroavante, baixinho, mas bom de bola. Chamava-se Macaquinho. Fazia gols à bessa, apesar da pouca estatura. Uma vez veio jogar em João Pessoa, contra o Auto Esporte, no campo do Cabo Branco (em Jaguaribe, onde, hoje, está o Posto Nossa Senhora da Penha) e devido ao fato de que, naquele dia, o América iria estrear um novo comandante de ataque, foi deslocado para a ponta direita. Saiu faísca: seu marcador era o folclórico Negrinho.

Macaquinho, logo de saída, deu vários dribles em Negrinho, deixando o lateral no chão. Mais tarde, a fim de evitar a desmoralização, Negrinho se precaveu e quando surgiu Macaquinho, com a bola dominada, numa investida, Negrinho resolveu jogar cal (sim, cal!) na cara do atacante americano, quase cegando-lhe. E o jogo terminou mesmo em 0x0. Todos com medo de Negrinho

 

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