A ETERNA FRUSTRAÇÃO DO ALVIRRUBRO PARCEIRINHO

 

Wilson, alvirrubro até morrer (Arquivo familiar)

Os irmãos Paraíso Macieira notabilizaram-se na Estância pela fidelidade ao Clube Náutico Capibaribe. “Na família eram 15 alvirrubros´”, conta um rubro-negro, amigo de todos os componentes daquela facção caseira da torcida timbu. Na praça do bairro, na época de rapazes, era o Timbu vencer para eles fazerem a farra em cima dos adversários.A turma está desfalcada, com o falecimento de Wilson, conhecido por Parceirinho. Oficial de justiça, ele foi enterrado nessa segunda-feira (2), justamente no Dia de Finados.

Do seu amor ao Timbu deixou muitas histórias. Uma delas ocorreu na célebre virada de 1993, quando o Náutico estava se sagrando campeão pernambucano em cima do Santa Cruz e levou uma inesperada virada. Ainda hoje os tricolores festejam. E os alvirrubros lamentam.

Naquela noite houve muito tricolor que deixou o Arruda com o jogo ainda em andamento, vendo a timbuzada festejar a conquista do título antes mesmo de o jogo terminar.



O Náutico só precisava empatar nos 90 minutos para fazer a festa. O Santa ficou inferiorizado numericamente, com a expulsão do centroavante Washington. Pouco tempo depois levou um gol. Paulo Leme botou o Náutico na frente.
 Não tinha graça. Os ventos sopravam graciosamente para a Avenida Conselheiro Rosa e Silva. Nem o gol de Fernando (hoje presidente do Vera Cruz de Vitória de Santo Antão), do Santinha, aos 38 do segundo tirou o ânimo dos torcedores, que continuaram a festejar.

Muito tricolor, desiludido, deixou o Mundão, com a aproximação do fim da partida. Parceirinho também. Só que, ao contrário da turma da Cobra Coral, em estado de euforia. Resolvera fazer o percurso Arruda-Aflitos a pé, comemorando.

Saiu tranquilamente, vibrando e carregando nos ombros toda a alegria pela grande conquista. Objetivo: participar do imenso carnaval que já deveria estar começando na sede do Timbu.

Só que ao se aproximar da sede do Náutico, estranhou não ouvir barulho algum. Nem som de orquestra executando o tradicional Come e Dorme, um símbolo do clube, nem os entusiasmados gritos de “Ene-a-u-tê-i-cê-o”.

Quando lá chegou, ao dar de cara com o silêncio e a escuridão reinantes, despencou, com a triste e inesperada constatação de que um tal de Célio havia feito outro gol para o Santa no último minuto e levado a disputa para uma prorrogação. Agora o empate beneficiaria os corais. E foi o que ocorreu: 0 x 0.

Uma frustração que Parceirinho carregou para o resto da vida, levando-a para o túmulo.

 

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