Sport, bicampeão em 1924. Na segunda fila, de braços cruzados, Antônio da Silva Loyo, presidente do clube em 1919/20, e de gravata borboleta e braços cruzados, Roberto Rebelo |
Eu poderia até usar o título “Foi sem ter sido”, de um
dos capítulos do meu livro No Pé da
Conversa, que caía inteirinho sobre este texto. É que na sua edição de 18
de outubro de 1924, o tradicional jornal A
Tarde, de Salvador, noticiava que o América ao derrotar o Sport por 4 x 0
havia se sagrado campeão pernambucano.do ano.
Como naquele tempo, a comunicação era devagar, quase
parando, só meses depois é que se soube, no Recife, da notícia divulgada pelo
jornal baiano, o que mereceu um veemente e merecido desmentido do pernambucano A Província, no dia 13 de janeiro de
1925. Vamos à matéria d’ A Província,
respeitando-se a grafia da época:
“Só agora por nos ter enviado um amigo, chegou às nossas
mãos o número da Tarde, da Bahia, de
18 de outubro trazendo com o título “O América é o campeão de Pernambuco”, o
seguinte:
“Lemos nos jornaes
de Recife que tem sido motivo de comentários nas rodas desportivas o facto de
haver o clube América vencido pelo score de 4 a 0 o Sport Club fazendo-se dessa maneira
campeão pernambucano de 1924, ‘logar esse que nunca alcançara’. É para lastimar
que o velho órgão bahiano labute em tão grave erro.
Realmente, o América venceu o glorioso rubro-negro por 4
x 0, mas essa vitória não o tornou campeão pernambucano de 1924, logar esse
conquistado brilhantemente pelo Sport Club do Recife em todos os três quadros,
cousa virgem nos annaes desportivos do paiz.
Ainda quando diz o collega da Tarde de nunca ter o América alcançado esse título labutou com
lamentável erro, pois esse grêmio pernambucano, que é uma das nossas
verdadeiras glórias desportivas tem em sua bagagem quatro campeonatos nos
primeiros quadros. A grande revelação feita pela Tarde foi uma novidade para nós...”
ÚNICA
DERROTA
Na verdade, o Sport caminhava para sagrar-se bicampeão
pernambucano pela segunda vez, pois, já tinha sido em 1916/17. Em 1924, o Leão manteve-se invicto por um largo período do campeonato. Porém, pouco antes de levantar a taça
teve sua invencibilidade quebrada pelo Campeão do Centenário ao ser derrotado
por 4 x 0.
O jogo realizou-se em 5 de outubro, tendo sido os gols
assinalados por Harry (2) e Lapinha (2). Local, Avenida Malaquias, com
arbitragem de Júlio Cavalcanti.
SPORT:
Jucá; Alarcon e Pedro Sá; Ademar, Jack e Matias; Whitam, Brotherood, Péricles,
Benedito e Aluízio.
AMÉRICA:
Nozinho; Moreira e Rômulo; Zizi, Lindolfo e Faustino; Lapinha, Casado, Zé
Tasso, Harry e Matuto.
FINALMENTE,
O TÍTULO
Uma semana depois, o Leão reabilitou-se ao vencer o
Náutico pelo mesmo placar, e em 21 de setembro, jogando novamente no seu campo,
na Avenida Malaquias, levantou a taça, aplicando uma derrota de 4 x 1 no Santa
Cruz. Os gols foram de Péricles (2), Clapshoe (2) e Castro, este para o Santa.
O juiz foi João Moreira, um dos irmãos Moreira, do América. Os outros eram
Rubem e Zezé.
O Sport
sagrou-se campeão, com Jucá; Brotherood e Alarcon; Ademar, Jack e Matias;
Aluízio, Clapshoe, Péricles, Pega-Pinto e Witham.
O Santa Cruz,
vice-campeão, alinhou Alberto; Bebé e Juqinha; Tancredo, Manuel Pedro e Júlio;
Dubeux, J. Sá, Zilo, Castro e Bulhões.
SPORT
1924 Campeão. Na segunda fila, braços cruzados, Antônio da
Silva Loyo, presidente (1919/20).Gravata borboleta, braços cruzados, Roberto
Rebelo.
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