O
bando
A
Copa de 1994, conquistada pelo Brasil, marcou a entrada solene dos Estados
Unidos no contexto do futebol mundial. Como sempre acontece, jornalistas e
radialistas brasileiros aos montes deslocaram-se até a terra de Tio Sam para
reportar todos os passos da nossa seleção.
O
saudoso Adonias de Moura, durante muitos anos editor de Esportes do Diário de Pernambuco, sempre dizia que “o
brasileiro avacalha qualquer guerra”. Foi mais ou menos o que aconteceu nos
EUA, onde as coisas funcionam e as ordens estabelecidas geralmente são
cumpridas.
Pois,
o pessoal de lá deve ter ficado maluco com as atropeladas que os brasileiros,
não apenas torcedores, mas a turma da mídia também, davam nas regras de boa
conduta.
O
nosso povo, como se sabe, é extremamente indisciplinado, fazendo questão de
transgredir as normas e agredir as regras de bom comportamento.
Durante
aquela Copa, enquanto os brasileiros quase viraram os States de cabeça para
baixo, a agência noticiosa Reuter chegou
a selecionar algumas aventuras envolvendo colegas da pátria amada para enviar a
seus clientes espalhados pelos quatro cantos do mundo.
Começou
com a encrenca que houve entre o verdadeiro batalhão de repórteres que por lá
esteve, com a polícia americana, num dos jogos-treinos da Seleção.
O
texto, muito engraçado, dizia:
“As
autoridades americanas talvez estejam bem preparadas para lidar com terremotos
ou outras calamidades. Mas provaram ser incapazes de atender às demandas da
mídia brasileira, que está deixando no seu rastro uma trilha de salas de imprensa
esfaceladas”.
Uma
matéria do San José Mercury News, afirmava:
“Eles
formam um bando engraçado e simpático que, diferentemente de seus colegas
americanos, não se incomoda em pedir autógrafos aos jogadores”.
Algumas
preciosidades da turma patrícia:
Na Universidade de Santa Clara, onde o Brasil
reinava,
um segurança norte-americano caiu na besteira de guardar (ou esconder?) o
lanche de toda a sua equipe, na sala de imprensa reservada aos brasileiros.
Alguém viu e foi só o policial dar as costas para ele espalhar o lanche sobre a
mesa, acompanhado de um bilhetinho:
“Gentileza da Coca Cola aos jornalistas
brasileiros.” Pura gozação. Não é
preciso dizer o que aconteceu com os sanduíches.
Um repórter brasileiro de TV entrevistando
Romário sobre o fato de os jogadores da Seleção falarem pelo menos um idioma,
além do português, saiu-se com esta:
–
Pois é, os jogadores brasileiros estão cada vez mais aculturados.
Jeitinho brasileiro: um jornalista carioca estacionou o
carro alugado numa vaga destinada a deficientes físicos, desceu do veículo e
saiu calçada afora, mancando. De araque...
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