O juiz foi expulso de campo
O
ano era o já longínquo 1930. No dia 18 de maio, no extinto campo da Jaqueira, onde
hoje existe um belo parque, enfrentavam-se Sport e Torre. O Leão estava
vencendo por 1x0, mas sua vitória não era garantida.
O Madeira Rubra cutucava
sempre, e de um momento para outro deu para fazer gol adoidado. Seus atacantes passaram
a empreender um verdadeiro bombardeio contra a meta guarnecida por Sylvio
Dubeux e num abrir e fechar de olhos, o time do bairro da Torre, que tinha
entre seus torcedores, o governador Estácio Coimbra, estava ganhando por 3x1.
Poderia haver uma grande confusão, posteriormente, no
TJD, porque o jogo valia pelo Campeonato Pernambucano. Foi nisso que deve ter
pensado o delegado do jogo. Ou talvez tenha achado que os atletas leoninos
estavam cobertos de razão nas suas reclamações. Do alto de sua autoridade,
simplesmente mandou Luiz Bertholdo ir baixar noutro terreiro, pois ali não
tinha mais vez.
Olhando
para a plateia, o representante da Liga Pernambucana de Desportos Terrestres
descobriu que entre os espectadores estava José Fernandes, componente do quadro
de árbitros, como Bertholdo. Foi só chamá-lo e entregar-lhe o apito, enquanto o
juiz expulso pelo delegado, deixava o campo com o rabo entre as pernas. Ainda
bem que o Torre venceu (4x2), pois se tivesse perdido, certamente partiria para
a briga no tapetão.
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