Após críticas do deputado federal Eduardo Bolsonaro
(PSL-SP) pela participação de transexuais em campeonatos femininos, a CBV
(Confederação Brasileira de Vôlei) afirmou que segue normas
internacionais estabelecidas pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) para
permitir a participação da jogadora Tifanny, do Sesi/Bauru(, na
Superliga feminina de
No último sábado (30), o filho do presidente Jair Bolsonaro,
afirmou ser “inaceitável e ridículo” a permissão para que transexuais disputem
campeonatos profissionais femininos. – É inaceitável e ridículo que um homem
pratique esportes em nível profissional com mulheres alegando ser uma delas. Eu
não sei o porquê de entidades profissionais permitirem isso e até quando as
atletas vão suportar – disse o político.
Domingo (31), ele ironizou a competição chamando a
Superliga de “Meio Feminina” em outra publicação na rede social.
A transexual Tifanny no centro da polêmica (Reprodução internet) |
Procurada pela reportagem, a CBV, que organiza a
Superliga de vôlei, disse que “adota como critério nos casos tidos como
de transgêneros/transexuais, o consenso do Comitê Olímpico Internacional
(COI) de novembro de 2015 sobre o reposicionamento de gênero e hipoandrogenismo”.
– A CBF respeita todas as opiniões e segue as
diretrizes do COI – completou a entidade.
Para ser aceita em competições femininas, Tifanny tem
de passar por tratamento hormonal e faz testes regulares para comprovar que seu
nível de testosterona está abaixo de 10nmol/L – como determina o comitê
internacional.
As declarações de Eduardo Bolsonaro foram publicadas dias depois
de polêmica com o técnico Bernardinho. Terça-feira (26), durante
transmissão do jogo Sesi/Bauru, time defendido por Tifanny, contra o Sesc-RJ,
comandado por Bernardinho, foi possível ver o treinador do Sesc-RJ virando para
o banco de reservas e comentando, após um ataque certeiro de Tifanny: “Um
homem, é foda!”
Bernardinho pediu desculpas pelo ocorrido e, sexta-feira (29), a
própria jogadora disse ter aceitado as desculpas do treinador.
O Sesi/Bauru não quis se pronunciar sobre as declarações de
Eduardo Bolsonaro. Tifanny não respondeu ao email enviado pela reportagem.
Por ISADORA SANTOS,
jornal O Estado do Ceará. Fonte: Folhapress
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