O Central no ano do centenário


A patativa do agreste, Central Sport Club, chega aos cem anos de idade. Faltam pouco mais de cinco meses para a grandiosa data ser comemorada. O antigo bicho-papão do interior pernambucano fez e continua fazendo história.
Aliás, Caruaru cidade da qual o clube alvinegro pertence, sempre se sobressaiu no outrora chamado esporte bretão com boas equipes de futebol, promovendo bons jogos com equipes congêneres de outras cidades, inclusive Recife.
O Central foi o primeiro clube pernambucano a contratar um jogador profissional, oriundo das Minas Gerais. Luiz Zago que veio para Pernambuco em 1937 quando a equipe do comendador José Victor de Albuquerque estava disputando o campeonato pernambucano de futebol.
Central de 1937: Pedro, Alemão, Joaquim, Mário Matos, Zé de Nane, Heleno, Trajano, Edmilson, Tutu, Zuza, Otoniel, Zago e o técnico Jaime Guimarães 

Não sou daquela época. Tomei conhecimento dos fatos através de leituras de jornais e livros sobre o assunto e para ilustrar o que soube, informo que naquele ano de 1937, o Central Sport Clube retirou-se do campeonato por se achar injustiçado com as arbitragens quando jogava com os times da Capital. Carrapeta não ganha para pião. Ainda hoje é assim. A patativa só voltaria a cantar no campeonato pernambucano no começo dos anos 60.

Sou um torcedor do Central, inclusive cheguei a ser sócio patrimonial quando lançaram títulos para angariar fundos em favor da construção de uma sede social e um estádio de futebol. Nem sede, nem estádio. Restou-me como consolo, guardar nos meus alfarrábios letras promissória quitadas e um diploma com bonito visual do escudo centralino.
Pelo Central, passaram bons jogadores. O mais famoso deles, Vadinho que migrou para o Santos de Pelé, tendo jogado também no Náutico e Sport. Pereirinha, Dudinha, Afonsinho, Coveiro, todos goleiros de boa categoria. Zezinho de Tutu, Moacir, Pernambuco, Jucélio, Pelado, bom ponteiro direito que cobrava com maestria penalidades máximas; Celedino, Lulinha, um sem número de bons atletas que por lá passaram.

Central em 1961, na volta ao Campeonato Pernambucano: em pé, Zé Luís (massagista), Berto, Dudinha, Adolfo, Zezinho, Espanhol e Pereira; agachados, João Carlos, Pissica, Waldemir, Pedrinho e Diniz, também conhecido como Chumbinho

Memoráveis duelos do Central contra o Treze de Campina Grande igualmente alvinegro como ele; AGA de Garanhuns, Leão XIII da Usina Catende, Colombo de Limoeiro, levavam bom público ao Central Parque da Rua São Paulo.
Depois de a Avenida Agamenon Magalhães, lado contrário da Rua São Paulo foi urbanizada, o campo passou a ser chamado Estádio Pedro Victor de Albuquerque, atualmente Estádio Luiz José de Lacerda, o Lacerdão.
O Central Sport Club foi protagonista de uma sonora goleada que aplicou ao time do Jocaru, também de Caruaru, 23X0, sendo Zezinho de Tutu o artilheiro com cinco gols. Pelos registros que conheço é a segunda maior goleada da história do futebol brasileiro. A primeira é do Botafogo de Futebol e Regatas para cima do Mangueira 24X0, ambos clubes cariocas. Este jogo foi em 1909 e o do Central nos meados da década de 1950.
Para comemorar seu centenário, a patativa do agreste bem que poderia receber uma ajudazinha dos ditos poderes constituídos, pois o Central, foi o primeiro clube de futebol a promover nacionalmente a cidade que me serviu de berço, Caruaru.
Avante, Central Sport Clube honra e glória do futebol caruaruense!
Por JOSÉ TORRES, jornalista, de Brasília

Comentários

  1. Honrado estou,com a inserção do artigo em tão prestigiado blog. Obrigado, caro amigo Lenivaldo. Um abraços a todos que fazem “nopedaconversa”.

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