Vitória sobre o Santos não evitou a queda do Sport



Foi o tipo da vitória inútil, essa que o Sport obteve sobre o Santos por 2 x 1, na Ilha do Retiro neste domingo (2). Mais uma vez, o Leão precisava, além de fazer a sua parte, de ajuda extra, que não veio. Aliás, veio, mas apenas parcialmente. Como foi comentado à exaustão, a equipe de Milton Mendes precisava que dois dos times que, como ele, lutavam contra o rebaixamento, quebrassem a cara. Além de sua vitória, é claro.


Com a bola rolando em todos os quadrantes do País, uma vez que os jogos começaram no mesmo horário, a boa notícia veio do Maracanã, quando Júlio Cesar, do Fluminense, defendeu um pênalti cobrado pelo América de Minas Gerais. O goleiro do tricolor carioca evitou que a equipe dirigida por Givanildo Oliveira, que abria a  zona de rebaixamento – o segundo era o Sport – botasse a cabeça para fora.

LEANDRO PEREIRA NOVAMENTE

Diante da dependência do Sport, as informações chegavam às arquibancadas da Ilha, provocando silêncio ou fazendo a torcida vibrar. Notícia ruim, foi a do gol da Chapecoense no São Paulo, marcado por Leandro Pereira, que já havia passado pelo rubro-negro pernambucano. Coincidentemente, duas rodadas antes, o mesmo Leandro Pereira fizera os gols que tinham levado a Chapecoense, do técnico Claudinei Oliveira, também ex-Sport, a derrotar a equipe leonina por 2 x 1.

Os indícios mostravam nessa 38ª e última rodada do Brasileirão, que, depois de tantos favorecimentos, principalmente nos dois anos anteriores, os ‘deuses’ do futebol pareciam ter dado as costas para os leoninos.

VISITA DA SAÚDE

Futebol fraco no primeiro tempo. Mais tarde, o 0 x 0, em nada proveitoso, parecia estar consolidado, quando o Sport, tal qual um doente no leito de morte, recebeu a visita da saúde. Um chute certeiro de Rogério, que entrara na equipe nos últimos minutos do primeiro tempo e não vinha bem no jogo, devolveu a alegria aos torcedores rubro-negros. Estes ainda viviam a sensação do gol quando Hernane Brocador fez 2 x 0. Os dois havia muito tempo não balançavam as redes. Seria a volta dos ventos favoráveis?

Acontece que, como o Vasco da Gama e o Fluminense iam se safando ao empatar com o Ceará e o América-MG, respectivamente, e a Chapecoense continuava à frente, no duelo em Chapecó-SC, o nervosismo passou a dominar as arquibancadas da Ilha e da Arena Condá.

Em Pernambuco, torcia-se para que o São Paulo desse uma mãozinha, o que não aconteceu. A vitória da Chapecoense por 1 x 0 fez o Sport, depois de cinco anos consecutivos de Série A, descer para a B.

DINHEIRO IGUAL

Agora haverá uma grande diferença, uma vez que o Leão não terá mais aquela bolada de 35 mil ou 40 mil reais, que o deixava, quando caía, em situação de superioridade em relação aos concorrentes. Conforme o novo modelo do Brasileirão, os 20 times receberão uma verba equânime, de 7 mil reais. 

FARPAS

Após a partida, os jogadores do Sport demoraram a se dirigir ao vestiário. Ficaram sentados no gramado, como se estivessem procurando uma explicação para o fracasso, que vinha sendo tecido havia bastante tempo.

Uma declaração do jogador Jair, que não atuou porque estava suspenso, chamou a atenção, embora sem causar surpresa:
– Desde que cheguei não recebi nenhum salário.

Os três meses de salários atrasados começam a se cristalizar, na opinião geral, como um fator determinante na queda dos leões.

Hernane Brocador foi às lágrimas quando concedia entrevista e disse que havia jogador “que não tinha nem o que levar pra casa.”


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